sexta-feira, 25 de abril de 2008

Frio na barriga!

Frio na barriga pode ser bom
Pode ser ruim
Pode estar precisando de um agasalho.
Mas nunca é indiferente.

Estou me sentindo numa montanha russa, a vida está ora subindo, ora descendo, dando voltas, piruetas, fico de cabeça pra baixo, grito de medo, grito de alegria, tem vezes que dá vontade de vomitar, mas depois, vontade de voltar e fazer de novo!

Tem vezes que viver nessa velocidade, nessa ansiedade, nesse entusiasmo misturado com pavor, é bom demais!

E tem vezes que tudo que desejamos é um pouco de paz, ficar deitada na grama de barriga pra cima, sem frio e sem vento, e ficar olhando a calma do movimento das estrelas.

Não tenho respostas, mas muitas perguntas.
Tenho mil novidades, mas nenhuma pra contar.
Estou em dúvidas, e tenho certeza disso.
Não fui aplaudida, mas alguém gosta de mim.

Estou indo embora, mas estou chegando.

terça-feira, 22 de abril de 2008

medo de quê?

Do que temos medo?
Hoje pela manhã, ocorreu que eu tive que falar sobre o "medo" para os meus alunos. Medo de quê, se temos fé? Ah, sor, tenho medo dos espíritos... Hmmm... dizia eu... mas, e as pessoas? Será que não temos medo das pessoas? Ou temos medo de nós mesmos?
Cada um, cada uma de vocês sabe exatamente os medos que tem; e sabe, também, sobre os medos que criou. Também sabemos do medo dos medos. Mas sabemos, ao certo, para onde queremos ir? Será que somos o que somos ou somos o que os nossos medos dizem?
Alguém ainda tem medo do lobo mau?
Alguém acredita em vampiros?
Por que temos medos que não sabemos, se, no fundo, os sabemos? Se os sabemos, por que temer?

Bom, depois dessa confusão de palavras, tenho algo realmente concreto para falar, amigas e amigos do blog feliz!!!
"Medo é aquilo que sai de dentro da gente."
O que vem de fora, se entrou um dia, virou um medo, e virou estorvo para viver a vida... Não tenho medo do lobo mau, nem de vampiros ou espíritos nocturnos... tenho medo da loucura que ronda nossos céus reais e nossas terras virtuais... mas, conhecendo-os, para quê temer?

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Sucata

Eu sempre me vivi.
Mãe e irmãos sempre tiveram a mesma distância de idade em relação a mim.
Meu irmão grandão sempre foi grandão pra mim, até quando não era.
É difícil de acompanhar e visualizar o físico do passar dos anos.

Meu irmão grandão tocava na banda Sucata.

Aos dez anos comecei a freqüentar bares noturnos... para assistir aos shows da Sucata, junto com minha mãe. (Isso já me bastou de vivência de bar para o resto da vida, aliás.)

Acabo de ver um vídeo de um dos shows. Minha mãe tinha a idade aproximada que meu irmão grandão tem hoje. Ele, por conseqüência, tinha o físico semelhante ao que seu filho tem hoje.

Que experiência bizarra a invenção da gravação de imagens!
Que pulo repentino à outra realidade, que tu já conheceste mas está tão distante.
Que curtição!

Tiradentes

De 1998. Me mudei para o primeiro apartamento que teria a minha cara. Alugado. Na Independência.

De 2007. Me mudei para o apartamento onde eu recuperei todas minhas coisas espalhadas por todos esses anos. Próprio. Zona norte.

De 2008. Saí pra passear.

Desmanche

Condor, corvo, abutre, urubu.
E ali aquelas carcaças com seus membros escancarados sendo arrancados aos poucos, a céu aberto.
Aquilo era um cemitério de indigentes, perdidos, velhos e injustiçados.
Imobilizados.
Era um fim de linha onde, quase com certeza, o final não foi feliz.
Eu estava ali, assustada. Porém conivente com a chacina.
Ana Paula Cathartidae.

Tecido

Branco, sedoso, em formato de "U", preso a um trilho no teto.
Pulei bem alto para alcançá-lo.
Testei, desconfiada, a resistência de seus ininterruptos 30 metros.
Era seguro.
Até onde esticava?
Não além de uma distância razoável do chão.
Até onde alargava?
O suficiente para que eu me sentisse envolta por um confortável marsúpio.
Felicidade de criança!
Ao som do piano de Erik Satie, tocado pelo meu irmão.
Uma réstia de sol iluminava de leve o recinto.
Agora eu podia voar, me pendurar, virar de cabeça pra baixo.
Nada acabaria com aquela sensação.
João Bobo.
Era eu.
E me atirava para todos os lados, em todas as direções.
Elástico.
Eu tava presa.
Eu tava livre.
Bonito.
E podia sentir aquilo na pele.
E podia sentir aquilo nos músculos.
E sinto ainda aquilo na alma.

Tô!

Sim. Eu tô sumida.
Eu tô ausente.
De verdade eu tô presente.
Presente pra mim.
Tô querendo aprender que o que é meu não precisa ser dos outros.
Tô querendo aprender a dizer não, pra poder dizer sim.
É difícil. Mas eu quero.
De que adianta saber e não aplicar o conhecimento?
Mas existe também muita novidade.
Procuro um equilíbrio.
Tranqüilidade.
Tô feliz.
Tô com uma pessoa que me abre os olhos e me faz sorrir.
Tô saudável.
Tô vivendo pra mim.
Tô vivendo pra nós.
Quero muito viver isso muito.