quarta-feira, 18 de junho de 2008

Uma boa surpresa

Esses dias passei no brique e vi o Zé da Folha. Gente finíssima e muito competente, por sinal, toca seu violãozinho com umas cadências supersupimpas, uma alpargata com uma meia-lua cheia do estilo e sopra/toca/escroca (não sei qual é o verbo) aquela folha com técnicas de vários instrumentos timbrando aquilo dum jeito muito interessante. Vi ele fazer até frulato, muito usado em flauta, imagino. Tri louco!
A questão é que - ao invés de dar dinheiro pra ele lá no brique - comprei um ingresso pra assistí-lo ontem lá no teatro do bourbon country. Ele é muito bom!
Ele até tinha uns convidados que me impressionaram muito como a Adriana Deffenti que - além de ser amigona duma colaboradora desse bloguito também gosta de Eduardo Dusek, que eu sei. O fato é que essa guriazinha matou a pau. Muito boa ela. Que voz linda e como canta bem! Valeu a pena.
Ainda tinha um outro convidado (provavelmente um grande amigo do Zé, como ele mesmo disse)que chama alguma coisa como Bobby Emicí Ferrin.
Daí eu pensei: tamo feito né, agora começa o funk. Esse MC aí deve ser bom. Daí alguém me disse que era tipo um outro DJ famoso, o tal de DJ Avan.
Tá. Daí o negãozinho entrou no palco - que tinha só uma cadeira - de jeans e camiseta, com um microfone na mão. Sentou e começou a cantar.
É. O cara começou a cantar. E eu descobri que Deus, quando criou Bobby McFerrin, disse: "esse eu mesmo vou cuidar".
Gurizada, eu tinha no conceito de "cantar" alguma coisa como uma escala de, sei lá, zero a cem. O cara me fez perceber que tem como fazer mais. Chega a ser ridículo. Ele canta o que ele quiser e ponto. Sei lá como é que ele pensa aquilo tudo. Ele deve pensar na harmonia, sei lá. Em suma, a escala provavelmente vai de zero a quinhentos milhões. Eu que só conhecia até o cem.
Afora isso, também fiquei abismado com a platéia: todo mundo tri afinado! Nunca vi isso! O cara mandava o pessoal da direita cantar uma coisa, o da esquerda outra e ficava bem aceitável! Muito impressionante. Sem contar que, quando ele foi embora e pedimos bis, o sujeito voltou e disse: "vocês querem perguntar alguma coisa?" A gurizada perguntou um monte de coisas, ele respondeu e depois cantou, a pedidos, o prelúdio em dó do Bach, enquanto a platéia cantava a Ave Maria de Gounod. E bem direitinho!
É. Valeu o show do Zé da Folha. Conheci, de pertinho (ou nem tanto né) o tal de Bobby McFerrin. Carinha bom esse.

Saudades desse pessoalzinho que não posta mais...
Um beijão e/ou um abração pra todos.